03/10/2012

DICAS FOTOGRAFICAS


 MODO M – MODO MANUAL





  




Porque utilizar o MODO M?
Certa vez, li uma lista das 10 coisas que todos deveríamos fazer na nossa vida. Que surpresa a minha quando entre “plantar uma arvore”… “escrever um livro”… “ter um filho”…  achei  “FAZER UM CURSO DE FOTOGRAFIA”!!!
A explicação era o seguinte: Devíamos fazer um curso de fotografia para aprendermos a fotografar melhor, e assim, estarmos aptos para melhor registrarmos os momentos felizes das nossas vidas!
Ao contrario do que muitas pessoas pensam, não é uma boa “câmera” que faz uma boa “foto”, mas sim, o fotografo. Acho que não existe nada mais ofensivo para um fotografo do que escutar algo como “nossa! que foto bonita que você fez! como é boa a sua câmera!”. Como se dependesse da câmera a foto ter ficado boa, e não de todos os anos de estudo, dedicação e da bagagem cultural do fotografo. A câmera não trabalha sozinha. A câmera é só um instrumento.
Imagine o Pablo Picasso. Você pensa que ele é o artista que ele é porque usava melhores matérias do que os outros artistas? Pegue um lápis qualquer, e de o mesmo lápis para ele. Como será o seu desenho? como será o desenho dele? Obvio que o fator determinante não é o lápis, assim como pouco importa a câmera que você tenha, se você não souber usa-la.
Daí vem a importância de usarmos, ou pelo menos entendermos, o MODO M da câmera. É nesse modo que poderemos obter 100% do que ela tem a nos oferecer.
É como compararmos um carro automático com um carro manual. Até pode ter momentos que seja agradável ter um cambio automático, mas se você quer realmente ter controle sobre o que esta acontecendo, nada substitui um cambio manual.
Pior ainda é ver pessoas comprando câmeras caras, com uma porção de funções, e não tirando nenhum proveito de nada disso, usando a maquina no automático. Você alguma vez já viu alguém comprando uma Ferrari  ou um Porsche e usando o cambio automático? Duvido muito…  Quem compra uma Ferrari ira querer trocar as marchas por si mesmo, ira querer ter o controle do carro, sentir o motor…

Usando o MODO M
Como já falamos em outros episódios, quando falamos de ISOABERTURA e VELOCIDADE, uma boa foto, é uma foto bem exposta. São esses três fatores que determinarão o resultado final da imagem.
Ainda não falamos sobre fotometria, mas um bom parâmetro para sabermos se estamos indo mais ou menos na direção correta, é cuidando o EXPOSIMETRO, e não se assustem, o nome é feio mas o significado é simples. O exposimetro é aquela barra que visualizamos no LCD ou no VISOR da câmera. O marcador sempre terá que estar no meio da barra, indicando uma exposição equilibrada. Se o marcador estiver mais a direita ou esquerda, indicara que a foto esta mais subexposta ou mais superexposta.
Usando o exemplo da piscina, onde a “velocidade do obturador” é o tempo que iremos deixar a torneira aberta e a “abertura do diafragma” é a bitola da mangueira, tudo dependera da configuração desses fatores. Quanto menor a bitola da mangueira, mais tempo teremos que deixar a torneira aberta para enchermos a piscina. Quanto menor a bitola, mais tempo.
Mas quando estamos conversando sobre fotografia, diferente da piscina, se levarmos “mais” ou “menos” tempo, se usarmos uma abertura “maior” ou “menor”, não só influenciara na exposição, mas em todo resultado final da imagem. Se usarmos uma abertura grande teremos pouca profundidade de campo, se usarmos uma abertura pequena uma grande profundidade de campo. Se usarmos uma velocidade alta congelaremos a ação, se usarmos uma velocidade lenta registraremos o movimento.
Não existe uma “receita de bolo” para acharmos uma configuração “correta”, pelo simples fato de não existir uma. E usando ainda essa analogia, não existe uma regra, tabela ou receita, pois cada um gosta do bolo a sua maneira. Alguns gostam de bolo de chocolate… outros de creme… alguns gostam de bolo com recheio, bolo seco, ou mesmo, bolo embatumado ( Eu adoro! ).
Tudo depende de como você quer sua foto. É importante ter uma boa profundidade de campo (abertura pequena) em detrimento da velocidade (velocidade lenta, para compensar a abertura pequena)?  Ou sua intenção é congelar as gotas de um chafariz (velocidade alta) e pouco importa a profundidade de campo (terá que usar uma abertura grande para compensar a velocidade)?
No modo manual é o fotografo que dita para a câmera o que será importante e o que poderá ser sacrificado em prol de se ter uma boa exposição. No modo manual todos os ajustes serão feitos pelo fotografo, a câmera somente obedecera a ele.

Exemplos práticos:
Na imagem a seguir, que fiz no Palácio da Justiça, Distrito Federal, minha intenção foi captar o movimento das bandeiras. Se eu estivesse usando o Modo Automático, provavelmente a câmera teria usado uma abertura grande e teria levado uma fração de segundo para fazer o registro. Eu, ao contrario, usei uma abertura pequena (F/32), possibilitando assim deixar o obturador aberto por mais tempo (16 segundos) e conseguindo registrar todo balanço e movimento das bandeiras, tendo o efeito que eu desejava.


Nesse outro exemplo já ocorreu o contrario. Se tivesse deixado a câmera “pensar” por mim, ela teria feito uma media e registrado a cena por inteiro. Como eu queria chamar atenção para apenas uma das tulipas dentre todo o imenso jardim, deixei a maior abertura possível (F/ 1.8), obtendo uma profundidade de campo bem pequena, focando na tulipa em especial e deixando todo o resto fora de foco. Para compensar usei uma velocidade alta ( 1/1000 sec.).

Nessa outra imagem, feita em Aracaju – Sergipe, como era noite, e havia pouca iluminação, tive que colocar na abertura máxima que eu pude (F/ 3.5) e na velocidade mais lenta que eu iria conseguir segurar a câmera sem tremer ( 1/20 sec.). Como ainda assim não era o suficiente, tive que aumentar o ISO. Usei ISO 1.600, consegui registrar a imagem, mas perdi em RUIDO.


Aqui, mais um exemplo. Para registrar o movimentos das pessoas pela Time Square, tive que usar uma velocidade baixa (10 segundos), e para compensar, uma abertura pequena (F/22). Se estivesse utilizando o modo “Automático”, a câmera não teria como adivinhar minha intenção, faria uma media da luz, e eu não conseguiria esse efeito.


Na foto a seguir, o Rafael teve que trabalhar no Modo M, e não poderia ter sido de outra forma. No modo Automático a câmera teria levado em consideração a luz da entrada e a parte interna da caverna teria ficado escura. Outro fator não menos importante é o fato de ser uma panorâmica. Uma foto panorâmica é formada por varias imagens (nesse exemplo foram tiradas 13 fotos) e postas lado-a-lado no pos-processamento. Se fosse a maquina que tivesse fotometrado, cada imagem teria ficado com uma exposição diferente, e quando colocadas  juntas, ficaria uma diferença gritante entre elas.

Treinando o Modo M
Agora que você já sabe mais sobre os controles da sua maquina, pratique! deixei aqui um simulador. É bem fácil de usar.
Na primeira coluna escolhemos a situação. Se é uma situação com pouca ou muita luz (Lighting), a distancia da pessoa (Distance) e a lente que estamos usando (Focal Lenght)
Na segunda coluna temos os dois modos de prioridade (Aperture Priority e Shutter Priority) e o nosso querido Modo M, o Modo Manual (Manual).
Na terceira coluna os nossos três controles básicos, ISOAbertura (Aperture) e Velocidade (Shutter).
Agora é só brincar! Escolha diferentes configurações, olhe como o exposimetro se comporta, click em “SNAP PHOTO” e veja o resultado final da sua imagem!



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